segunda-feira, 29 de outubro de 2007

O porquê do meu choro no final de "Piaf"

Já no leito de morte, Piaf resmunga algumas palavras sem sentido, com os olhos parados. Ela fala sobre um "fantasminha" que a vê deitada, entre outras alucinações. A cena seguinte mostra que o "fantasminha" é na verdade o filho dela que morreu com dois anos de idade de meningite fulminante, em 1934.
Minha avó que morreu em 2001, também teve esses momentos antes de morrer. Repetia para a minha mãe que o caçula dela (meu tio) estava montado em suas costas, e era um peso terrível de se carregar. Imagino que ela via ou sentia ele ainda criança, sendo carregado por ela.
Será que todos nós teremos esses momentos antes de partir? Todos os nossos traumas e más lembranças irão nos rondar enquanto daremos os nossos últimos suspiros?
Bem, a morte da minha avó nunca foi algo bem resolvido na minha vida. Ainda lembro do dia que entrei no meu quarto (onde ela dormmia quando ficou doente) e a vi rezando na minha cama, com as mãos bem juntinhas. Imagino que ela rezava para ser curada, para sobreviver, para não morrer por causa de um dedo do pé. Ao ver que poderia estar interrompendo a prece, me calei e fiquei parada, aproveitando que ela não tinha me visto. Quando ela terminou de rezar, eu disse: "Vó, vamos tomar café?".
O final desta história todo mundo sabe, e hoje tento pensar na frase da Santa Tereza D’Ávila que dizia que "Mais lágrimas foram derramadas pelas preces atendidas do que pelas não atendidas" quando me lembro da minha avó. Ela poderia ter sofrido mais se continuasse viva. Será que ela teria sido feliz se tivesse suas pernas amputadas?
Foi desta maneira que aconteceu. E espero que ela esteja bem, onde quer que ela descanse.
Um beijo, Vó.

sábado, 27 de outubro de 2007

O que é "Na Real, Na Favela"

Para vocês que não entenderam nada dos personagens miseráveis de "Na Real, Na Favela", aqui está a explicação.
Numa tarde de absoluto tédio de 1996, eu e minha amiga Amanda escrevemos uma paródia do programa Na Real da MTV. Era sempre Na Real em Boston, Na Real em Londres, Na Real em Chicago, etc. Na nossa paródia, só teriam personagens bregas e pobres.
Um dia, achei esse papel aqui em casa, e achei um tanto genial... Bem, Amanda, nós fomos geniais. Um dia.

quinta-feira, 25 de outubro de 2007

Na Real, Na Favela (Parte II)

João Augusto
(carecão)
Faz jin-jitsu numa academia em S. Paulo, mas nasceu no Rio de Janeiro, gosta de George Michael, come caqui todos os dias, gosta de mulheres com peitos generosos, é meigo e gentil. Tem medo de altura. É muito pobre. Gosta da Lucille.

Conífero
(cabecinha)
Adora dormir, é do signo de sagitário, come pouco, trabalha num porto de Santos descarregando caixas. Ele é gay, mas nunca teve nenhum namorado. Gosta de Caetano Veloso.

Damorkino
(inocado)
Namorado da Renya, adora Heavy Metal, roupas estilo maloqueiro roqueiro, muito irritado, não quer assumir o filho. Sente-se o melhor de todos. Trabalha de motoboy numa loja de esfihas.

Daniel Marcelo
("emaconhado")
Lutador de capoeira, odeia mauricinhos. Sempre briga com o 1º cara que olhar para a sua mina. Fuma baseado para relaxar. Morre de medo de barata. Faz um bico como carregador de caixa no supermercado PREÇO-BOM, na Zona Leste.

Richard
(boca torta)
Mauricinho, metido (feio, mas não acha que seja), faz faculdade de psicologia, faz aula de cavaquinho e adora música de 5ª categoria (pagode e axé), vai para o forró todo sábado. É estagiário em uma clínica de recuperação psiquiátrica (isso é o que ele diz; alguns acham que ele está internado lá).

Joaquina Adriana
(Gal Costa)
Trabalha de secretária em uma imobiliária de barracos. Usa maquiagem super carregada em plena manhã. Gosta de roupas transparentes e usa bota em pleno verão. Gosta muito de pão com macarrão e chocolate derretido. Ama o Daniel Marcelo, especialmente porque ele usa mini blusa. Curte pagodão na casa da Maria Xispita. É extremamente vesga.

Josué Andernison
(o zezé de camargo)
Usa calça de couro (sintético) agarrado e blusa baby look. É estilo cawboy sertanejo. Curte música sertaneja e morre de amores pela Ivete Sangalo. É sedentário e não pratica esportes.
Trabalha limpando fezes de cavalo num zoológico.

Fábio Fabuloso
(the dreamer guy)
Mora em São Miguel, trabalha em um serviço de tele marketing do credicard. Só usa terno e gravata. Namorava a Charllote. Tem um sonho de se mudar para os EUA. Tem pavor de ficar sozinho.

terça-feira, 23 de outubro de 2007

Na real, na favela

Lucille
(a esfiha)
Faz musculação todo dias, estuda jornalismo, operou os joelhos duas vezes e tem namorada.

Roberta
(a popoazuda)
Adora dança de salão, é separada, come muita carne vermelha e é estéril.

Renya
(a noiva de chuck)
Adora Green Day, marava em Tocantins, está grávida do marido de 57 anos, gosta de fazer projetos a longo prazo, e tem uma loja de ferramentas para banheiras na Rua Colômbia.

Charllote
(a perna de pernil)
Romântica, adora B52´s, gosta de sorvete, dorme cedo, escova os dentes 5 vezes por dia.

Valeska
(a finosa)
É muito patricinha, rica, gosta de Elvis, tem dois namorados, tem um diário e sempre vai às baladas.

Karen
(te)
É muito burra, trabalha numa agência de modelos de 5ª categoria, toma LSD, vai em muitas festas, vai na ouro Fino, come salada para manter a forma, é a maior biscate da região Norte. Adora o Conífero.

sábado, 20 de outubro de 2007

O Elenco é um Horror Recomenda

Depois da seção "Veja Recomenda" da revista Veja, acabei de criar o O Elenco é um Horror Recomenda. Dicas da semana, entende.

1) Feira da Av. Higienópolis
Bem, estava procrastinando esse programa há uns, er, 18 meses. O programa consiste em:
- Acordar cedo (meu cedo: 8:50 da manhã), tomar aquele café da manhã (um ovomaltine quente, tá pensando o quê?), tomar banho, ligar a TV enquanto se arruma. Coloque seus óculos escuros (é muito cedo, lembra-se?), ligue seu Discman e vá a pé para a feira. No meu caso, a feira mais próxima é relativamente longinha, mas é essa a intenção mesmo, pois feira perto não tem graça.
Chegando lá, compre frutas, algum peixe, flores (ah, a graça é chegar com flores de manhã cedo na sua casa!) e hortaliças. E não compre batatas, lógico, esqueceu que você sozinha vai carregar tudo?
Depois vá trabalhar.

2) Buaty de quinta-feira
(essa é para as solteiras)
-Não existe sensação melhor no mundo do que chegar em casa às 7:35 da manhã numa sexta-feira com o sol quente (como diz a minha mãe). Você, com o rímel borrado, cheirando a cigarro, pés pretos de tanto dançar e suada, vendo todos indo trabalhar.
É lógico, isso também faz você se sentir a pessoa mais fútil do planeta Terra, mas é só uma vez na vida. Ok, foram umas cinco :)

3) Pão-de-queijo do CineSesc
É um dos melhores e mais baratos de toda a costa oeste do Alabama, e você pode fazer isso à qualquer hora.

4) "Do you like my tight sweater?" Moloko
Um dos CDs mais alegres, mais "gostosinhos" do Trip Hop. O Elenco é um Horror recomenda para: festas, reuniões com amigos, na produção de sexta-feira, em noites quentes (esse é um álbum noturno, jamais escute-o de dia).

5) Yakissoba e chá verde do Nanako
Um dos restaurantes japoneses mais charmosos de todo o Condado da Carolina do Norte, fica na R. do Comércio em São Paulo. O chá verde, extremamente insosso e cheiroso, é de graça. O Yakissoba (levinho, delicioso) é uns 14 mangos. Peça a banana caramelada para o garçon e ele dirá que é exclusividade do buffet, mas ele abrirá uma exceção e dará duas para você. Aceita cartões e ticket.

terça-feira, 16 de outubro de 2007

"Atualizações diárias" my ass!

Ok, ok. Já estou decepcionando a galera. Meu blog criou teias de aranha, e o que é pior; quase esqueci a minha senha. Depois de esquecer a senha do meu Visa Vale que era ridiculamente fácil (3929), a senha de acesso de internet da minha conta no banco, QUASE esqueci a senha do meu blog. Ufa!
Mas é sério. Algo mudou em mim. A minha memória falha, tenho dificuldade em olhar nos olhos das pessoas, meus pesadelos me atormentam. O que pensei que tinha superado na minha vida, não estava tão esquecido assim. Ainda existem flashes na minha cabeça de tudo o que aconteceu, e sempre dói um pouquinho ao lembrar.
(...)
Ok. Mudando de assunto.

"O Homem de 30 anos"

Esse era para ser um outro post, but i´ve changed my mind.
Minha mãe (e minha avó, decerto), sempre diziam (no caso da minha mãe, ainda diz) que se o homem passou dos 30 e está solteiro, bem, existe algo de muito errado nele.
Mesmo antes de pensar em homens, já gastava meu tempo pensando nessa teoria. Elas estariam certas? O homem que não arranjou nenhuminha mulher para casar e está solteiro com trinta anos é:
A) xarope da cabeça;
B) viado;
C) galinhão;
D) é tão insuportável que nenhuma mulher agüenta;
E) todas as anteriores.
Bem, segundo elas, seria basicamente isso.
Mas o tempo passou, e resolvi comprovar a teoria. Descobri que tem muito homem casado que é A, B e/ou (adoro e/ou) C. Ok. Mas e o bendito homem de 30 anos solteirão? Existe algo de muito errado nele?
Bem, amigos. O que eu comprovei é que tem sim.
Mas existem algumas exceções nessa regra:
1) se esse cara já foi casado;
2) se ele já namorou muito tempo uma mesma garota;
3) bem, não existe o "3".

OBS: hey, Alfies: podem postar à vontade na seção "Comentários" me detonando. I don´t care. I AM fucking right about it.

sábado, 6 de outubro de 2007

In the future when all´s well

Quando estava sozinha, desempregada, fora da faculdade, sem dinheiro e sem esperanças de conseguir um emprego, eu escutava "Ringleader of the Tormentors", do Morrissey em casa. Nas tardes em que ficava sozinha, era quente (verão), eu curtia as coisinhas boas que a casa oferecia.
A faixa "In the future when all´s well" era praticamente um mantra para mim. Num futuro próximo estaria tudo bem. Tudo iria se acertar.
E de fato se acertou. Eu consegui um emprego (com vários problemas, mas era um EMPREGO), um namorado (meu amor de sempre) e dinheiro.
Mas aí o emprego que eu consegui não era bem o que parecia ser, e vários problemas surgiram nessa fase. Várias lágrimas derramadas quando chegava em casa, muitas humilhações, situações insuportáveis e inemagináveis que jamais achei que poderia passar.
Mas ok, né, Morrissey? In the future when all´s well. Num futuro eu conseguiria outro emprego, não passaria mais por nada daquilo, estaria ganhando bem de novo...
Até que esse dia chegou. "Ah, o futuro realmente chegou", pensei. Mas aí veio o casamento da minha irmã, um stress danado, que me fez brotar perebas no meu corpo inteiro, dívidas, gastos, angústia emocional por minha irmã sair de casa.
Uhum. Vai passar.
E passou.
Hoje eu trabalho onde eu quero. Namoro quem eu amo. Acertei minhas coisas. Mas eu cometi um erro. Subestimei a falta da minha irmã em casa. E outros problemas surgiram que ainda fazem as perebas crescerem no meu corpo. A minha casa mudou. A minha vida mudou. E hoje eu duvido muito da música do Morrissey.

quarta-feira, 3 de outubro de 2007

O melhor bote do cinema

Bote sm. 1. Golpe com arma branca. 2. Ataque, investida. 3. Bras. Salto do animal sobre a presa.

1. Os Infiltrados, do Scorsese: a cena que Leonardo DiCaprio agarra Vera Farmiga, esposa do Matt Damon.
2. Annie Hall, do Woody Allen: o diretíssimo (sagitariano) Woody Allen beija a Diane Keaton no meio da rua antes de ir ao restaurante, alegando que aconteceria de qualquer forma e sendo prático assim ele pouparia o constragimento no final da noite.
3. Cidade dos Sonhos, David Lynch: Ok, o beijo é lésbico, e vale mesmo assim. A desculpa de dar beijo de boa noite é otima, e vale entrar na listinha.
4. Cold Moutain, do Anthony Minghella: o bote foi tão bom que a Nicole Kidman ficou o filme inteiro pensando no Jude Law, que estava lutando na Guerra Civil norte-americana.
5. A Insustentável Leveza do Ser, do Philip Kaufman: a Juliette Bionoche simplesmente pula no Daniel Day-Lewis e lhe tasca um beijo. E se muda para a casa dele, óbvio.
6. Frankie and Johnny, de Garry Marshall: é um dos botes mais difíceis da história do cinema. A Michelle Pfeiffer faz um doce danado nos 35 primeiros minutos do filme. Mas o bote vale a pena: numa feira de flores em NY. uh!
7. Miami Vice, do Michael Mann: o bote quase mútuo do Colin Farrel com a japa é de arrepiar. hehehe
(to be continued...)

terça-feira, 2 de outubro de 2007

Uhuuuul!
Seguindo os conselhos da minha amiga Bruna Hepburn, cliquei no canto direito superior do blog dela onde estava escrito "Crie o seu Blog".
Pu puf! Está aqui.
Agora não vou ter que ficar atualizando meu orkut, com pensamentos, quotations, dicas, etc e tal. Vai estar tudo aqui, a partir de agora.
Não tenho a mínima experiência com blogs, esse é o meu primeiro. Mas de uma coisa eu faço questão: atualizações diárias. Detesto blogs com teias de aranha. Vou colocar um post todo dia aqui sim.
O nome do meu blog vem de um aforismo do Oscar Wilde, "O mundo pode ser um palco, mas o elenco é um horror". Bota horror nisso. Hunf. ¬¬